A SEDES, “uma das mais antigas e conceituadas associações cívicas portuguesas”, como lhe chama hoje o jornal “Público” e, durante toda a manhã, repetiram as rádios e as televisões, alerta para um “Portugal à beira da crise social de contornos difíceis de prever”.
Porém, ao contrário do que foi dito (na Antena 1 e na TSF) por alguns (um em cada estação) dos membros do referido Conselho Coordenador, a SEDES não fez um “estudo”, antes divulgou uma “tomada de posição”. Questão de forma aparente, mas de fulcral importância. É que os dirigentes da SEDES têm acesso a informação qualificada que, como é natural, a esmagadora maioria dos portugueses não tem, e não se pode baralhar a opinião pública. Um “estudo” deverá ter, em tese, uma base de análise científica; uma “tomada de posição” é o resultado de um processo de reflexão colectivo.
Apesar de tudo, vale a pena ler o documento da SEDES. Aqui.
Até pelo que diz em relação à Comunicação Social. A "combinação de alguma comunicação social sensacionalista com uma justiça eficaz", diz a SEDES, é um dos factores de "degradação da qualidade de vida política". Mais: "alimenta um estado de suspeição generalidade sobre a classe política, sem contudo conduzir a quaisquer condenações relevantes".
Um retrato que, curiosamente, assenta de algum modo na polémica recente levantada em torno da carreira académica e profissional do actual primeiro-ministro, mas que também aponta para uma ideia cada vez mais incontornável, por dura e crua que seja: "Nalguma comunicação social prolifera um jornalismo de insinuação, onde prima o sensacionalismo. Misturando-se verdades e suspeitas, coisas importantes e minudências, destroem-se impunemente reputações laboriosamente construídas, ao mesmo tempo que, banalizando o mal, se favorecem as pessoas sem escrúpulos".
A quem aproveita este estado de coisas é coisa que, infelizmente, o documento não reflecte.
sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008
"Alguma comunicação sensacionalista..."
às sexta-feira, fevereiro 22, 2008
Marcadores: Jornalismo, Política, Portugal
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