quarta-feira, 4 de junho de 2008

Love is a losing game

Acabo de ver (e ouvir...) 10 a 15 videos no YouTube e percebo que assisti impávido e sereno, e com tremenda dose de inconsciência à mistura, à polémica (entre comas, se faz favor...) jornalística e bloguística a propósito da actuação de Amy Winehouse no Rock in Rio, em Lisboa.

Já tinha ouvido "Rehab" umas boas dúzias de vezes (sobretudo no carro...). Mas já conhecia, de outros registos, "Valerie" e "You know i'm not good". Para já não falar de "Me a Mr. Jones" e, sobretudo, de "Do me good".

A vida, a existência real - corrida para o trabalho, contas por pagar, filhos por criar, sonhos eternamente adiados, dorme, acorda, toca a andar violeta que já é tarde e nunca mais chega o teu dia de descanso - é tão apressada e madrasta, e também requintada puta fina!, que nos coloca, tal e qual!, a leste da realidade em nome da dita cuja.

E por isso, sei agora, estou a perder outra vez (nem quero saber há quantos anos ao certo...), uma batida excepcionalmente boa (haja por aqui algum jornal/revista que fale daqueles músicos de excepção!), um "swing" terno e doce, uma voz plena, rouca (de quem não tem corpo para ela) e linda (de quem nunca chega a sê-lo), que só recorda Billie Holliday e Janis Joplin. E, também, por outos caminhos paralelos, Kurt Cobain e Jim Morrison.

É evidente que aquilo que se assistiu no Rock in Rio teve, apenas, um valor simbólico e circunstancial. Um dia destes vamos todos (sobretudo os que estiveram há dias na Quinta da Bela Vista) fazer coro com o premonitório "Back do black".

Até lá - enquanto jornais, revistas, rádios, televisões e entendidos da música popular glosam do que mais sério e pior se disse sobre a performance - vou ouvindo, ao ritmo mais lento da minha idade actual, num "slow" imaginário de há 20, 30 anos, o meu preferido "Love is a losing game".

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