terça-feira, 30 de setembro de 2008

A crise só será vencida em democracia

A Câmara de Representantes dos Estados Unidos da América (EUA) “chumbou” o Plano Paulson, apresentado por George W. Bush e abençoado por Barack Obama e John McCain, que pretendia injectar 700 milhões de dólares no sistema financeiro do país.

Aparentemente, foram os próprios republicanos que roeram a corda a Bush/Paulson/Obama/McCain e, sem pestanejar, a democrata Nancy Pelosi, que preside à câmara, foi clara no que disse logo a seguir: “O que aconteceu hoje não pode ficar assim, temos de seguir em frente “. Até o nosso Teixeira dos Santos se apressou a dizer que as autoridades norte-americanas têm a “responsabilidade” de encontrar uma “rápida solução para resolver a crise financeira”.

Não sei o que acontecerá ao longo desta terça-feira, apesar de já estar agendada nova votação crucial para quinta-feira, mas seguramente será algo de dramático para todo o Mundo. Para o melhor e para o pior. Nem faço a mais pequena ideia da “poção mágica” que possa dar, ainda que relativa, tranquilidade às pessoas.

E não deixa de ser curioso que algumas das ideias expressas por pessoas muito responsáveis – George W. Bush, Nancy Pelosi, Barack Obama, John McCain, Teixeira dos Santos... – apontem, sem margem para grandes equívocos, para um caminho de imposição profundamente desrespeitadora dos mais elementares princípios da democracia, para algo que a União Europeia tentou (tentou?) ensaiar na sequência de outro “chumbo”, o “não” da Irlanda ao Tratado de Lisboa.

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