Foi ontem à terra um pedaço de mim, um homem que me viu nascer e crescer até à adolescência em paz, conforto e muito afecto. Em 30 anos continuei a crescer e a voar longe, e fui sabendo do declínio e das maleitas próprias da idade e da maldade sem fim que João Piedade não merecia. Morreu num hospital de Lisboa de uma daquelas infecções colaterais que não perdoam. Mas a doença não o venceu! Morreu sem fama, longe da glória, injustamente atirado para um canto sem sombra da história de Angola.
Foi ontem à terra um pedaço de mim.
sexta-feira, 29 de maio de 2009
João Piedade (19??-2009)
quarta-feira, 27 de maio de 2009
Por uma vez na vida, sejam homenzinhos
Oliveira Costa deixou, na Comissão de Inquérito da Assembleia da República, matéria suficiente para que Dias Loureiro e Vítor Constâncio sejam, por uma vez na vida, homenzinhos, i.e., se demitam!
Em oito longuíssimas horas, o ex-presidente do Banco Português de Negócios expôs um vasto leque de acusações que merecem da Democracia a mais rigorosa das atenções. Além de todos os "não comento" que ficaram no ar - o que só reforça que o homem só falou do que quis e como quis, independentemente do quando quis que todos já sabíamos -, Oliveira Costa desmentiu claramente Dias Loureiro ("Quando Dias Loureiro regressou da conversa com o Banco de Portugal, transmitiu-me que acabara de falar com António Marta e que em síntese tinha lhe feito sentir que a supervisão estava constantemente em cima do BPN"), tentou salvar o Banco de Portugal de responsabilidades ("Se apreciarmos o que se passa lá fora, temos que concluir que algo falhou"), alargou acusações ("Paradoxalmente foi um grupo de 10 accionistas e particularmente 4, que conscientemente manipularam os factos e impediram a venda do grupo a estrangeiros"), sabia a quem erguia o dedo ("Em 30 de Agosto, que é o meu dia de anos, um grupo de accionistas criou uma armadilha. Depois contrataram um especialista que em vez de mostrar o risco, retirou a espoleta e transformou a armadilha em kamikaze" e, ainda, deixou matéria para o Ministério Público apreciar ("A minha assinatura é muito falsificada, é fácil de imitar, vou mandar já averiguar se é o caso", sobre a venda da Biometrics por um dólar), etc., etc., etc..
Foram oito longuíssimas horas de uma história que está longe do epílogo. Até lá, Dias Loureiro, conselheiro de Estado, e Vítor Constâncio, um dos governadores de bancos centrais mais bem pagos do Mundo, não têm grandes alternativas. Ainda assim e se não souberem ser homenzinhos, que Cavaco Silva e José Sócrates assumam a única possibilidade política que lhes resta: abrirem em par as portas da saída.
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terça-feira, 26 de maio de 2009
FANTASBLOCO - Interrogatório a um precário
Filme para um tempo de Antena do Bloco de Esquerda das Europeias 2009, integrado na série Fantasbloco.
Com António Capelo António Simão António Castelo Pedro Carraca Sérgio Grilo Realização: Manuel Pureza Montagem: João Salaviza Fotografia: Vasco Viana Direcção de Arte: Nadia Henriques Figurinos e Assistência de Decoração: Maria Ribeiro Maquilhagem: Rita Álvares Pereira Assistência de Imagem: Inês Pestana Som: Carlos Conceição Produção: Bruno Cabral.
sábado, 23 de maio de 2009
terça-feira, 12 de maio de 2009
domingo, 10 de maio de 2009
Histórias do "ranger" Froufe Andrade
"Não sabes como vais morrer" é o título de um novo título da autoria de Jaime Froufe Andrade, incluído na Colecção Memória Perecível, editado pela Associação de Jornalistas e Homens de Letras do Porto.
Trata-se de um conjunto de oito histórias da guerra colonial que o autor viveu em primeira pessoa durante a sua comissão de serviço em Moçambique, como alferes miliciano de Operações Especiais ("rangers"), entre 1968 e 1970.
São outros tantos retratos da vida que centenas de milhar de jovens portugueses viveram, nos anos da guerra colonial, no meio do "mato", em Moçambique, Angola ou na Guiné-Bissau.
As histórias são escritas com dramatismo, em que cabem momentos de humor, perplexidade, angústia e ansiedade, mas também a profundidade psicológica, que faltam a muitos relatos de guerra.
As pelo menos duas gerações de portugueses que viveram a guerra em África reconhecer-se-ão facilmente nestas linhas escritas por Froufe Andrade.
Noutro capítulo, o autor narra o regresso atribulado de Moçambique a Portugal, a bordo do navio Vera Cruz, sobrelotado com três mil militares.
Quando navegava perto do Cabo da Boa Esperança (o mítico Cabo das Tormentas de Camões), na África do Sul, o enorme navio foi atingido, na sequência do efeito conjunto de duas ondas sísmicas e de uma tempestade, por gigantescas vagas, sofrendo graves avarias e tendo estado a ponto de soçobrar.
As circunstâncias desta viagem são narradas em primeira pessoa por Froufe Andrade e ainda por um conjunto de 12 depoimentos por ele próprio recolhidos junto de outros militares, oficiais, sargentos e praças, que consigo viajaram.
O autor entrevistou ainda o oficial-piloto que estava de turno na ponte de comando do navio e pesquisou ainda o diário de bordo do navio, no Arquivo Central da Marinha, onde recolheu elementos dos dois comandantes que seguiam a bordo, o comandante do navio e o comandante dos militares a bordo.
Jaime Froufe Andrade, nasceu em 1945, no Porto. É jornalista profissional, trabalhou durante muitos anos do Jornal de Notícias e integra actualmente os quadros da revista Notícias Magazine, distribuída semanalmente com o aquele jornal portuense e com o lisboeta Diário de Notícias.
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sexta-feira, 1 de maio de 2009
Leitura de fim de tarde
Confesso que não fiquei nada esclarecido. Vou esperar pelas imagens dos telejornais e, até lá, gargalhar com duas coisas: a baboquice parola da revisitação da Marinha Grande e a insustentável ditadura das agências de informação. Ou será que deverei, apenas, chorar a incapacidade/incompetência crítica instalada?
Nota: os negritos são da minha autoria...
Diário Digital: “Vital Moreira agredido por manifestantes da CGTP”.
Portugal Diário: “Vital Moreira agredido na manif da CGTP”.
JN: “Vital Moreira insultado e agredido na manifestação do 1º de Maio”.
DN: “Vital Moreira insultado e agredido em Lisboa”.
Correio da Manhã: “Vital Moreira agredido por manifestantes da CGTP”.
Público: “Ofensas pessoais e água atingiram delegação socialista no desfile do 1º de Maio”.
Expresso: “Vital Moreira agredido e insultado na manifestação da CGTP”.
Sol: “Vital Moreira agredido e insultado na manifestação da CGTP”.
Visão: “Vital Moreira agredido e insultado na manifestação”.
Colina de Cristal propriedade privada
A partir de hoje, e enquanto tiver lucidez suficiente para saber que a luta de classes se mantém tal e qual Karl Marx foi capaz de a descrever há um século, neste blogue não há comentários, moderados ou não. Afinal, a Colina de Cristal é propriedade privada!